Poesia no caos
Pareço morrer lentamente, inane.
Há dias os meus meios de sobrevivência foram tirados de mim.
Alguém ordenou.
Obedecemos.
É pelo seu bem! Dizem todos.
Me recuso a aceitar.
Não sou como vocês,
É vital pra mim.
Preciso de abraços demorados,
Colo que acolhe.
Olhos nos olhos e mãos entrelaçadas.
Necessito da proximidade,
Conversas longas,
Visitas demoradas, daquelas que duram uma eternidade.
Dependo do cafuné,
Dos apertos na bochecha.
Tapinhas nas costas, daqueles de verdade,
Beijos na testa.
Beliscões e mordidas carinhosas.
Dormir acompanhado,
Lado a lado,
Incomodar e ser incomodado.
Não me maltratem mais,
Encontrem a solução.
Resolvam esta distância!
Antes que eu realmente morra
Pela falta de afeto.
Por inanição!
Millane Martinelli